Ninguém conhece melhor do que o advogado a vida humana nos seus aspetos mais variados, mais dramáticos, mais dolorosos, por vezes mais perversos, mas também muitas vezes mais sublimes.
A qualidade do bom advogado cede sempre perante a qualidade da causa e esta cede também perante a necessidade de justiça, a qual nunca é declarada ou vivenciada em abstrato, mas de forma individual. A justiça é sempre feita perante o caso concreto, perante o problema real e por isso a angústia é sempre individual embora partilhável.
Pelo simples ato da procuração o cliente tem a certeza que transmite os seus segredos, as suas dores e alegrias ao seu representante que a partir daquele momento as incorpora pensando-as, compreendendo-as e clarificando-as àqueles que tem por missão julgá-las.
O advogado preza acima de tudo a liberdade o que explica um certo orgulho natural, por vezes irreverente e um desdém por tudo o que seja oficial ou hierarquizado, de resto a advocacia é o refúgio da liberdade não havendo advocacia sem liberdade.
O advogado tem nas suas mãos a fortuna e muitas vezes a honra e, mesmo a vida dos seus clientes por isso a organização, disciplina e celeridade são a única garantia de bem servir o cliente e igualmente exercer corretamente a sua profissão.